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Piauí encontra Trump


Por Fernando Molica em 13 de dezembro de 2016 | Comentários (0)

Publicada na ‘Piauí’ de dezembro, a reportagem da Daniela Pinheiro sobre o papel da imprensa na eleição doTrump é espetacular. Ela foi para os EUA mostrar como seria a vitória da Hillary na ótica dos repórteres do Washington Post – acabou fazendo um ótimo balanço dos erros, omissões e, mesmo, acertos dos jornais. Muitos colegas admitem que faltou apurar, viajar, desbravar o que se passava na cabeça de tantos americanos.

Na matéria, jornalistas fazem autocrítica, reconhecem que foram driblados pelo Trump, que o milionário soube criar fatos absurdos e escandalosos com o único objetivo de ganhar popularidade. Um dos entrevistados, editorialista do Post, diz algo bem interessante. Segundo ele, é preciso relativizar o conceito de imparcialidade da imprensa quando um dos candidatos é mentiroso, racista e demagogo.

Um repórter conta como conseguiu, de maneira completamente fora dos padrões, apurar que Trump mentia ao dizer que doara milhões de dólares para instituições de caridade. Numa pequena cidade a pouco mais de duas horas de NY, Daniela mostra como os jornais perderam importância para a boataria da internet, a tal da pós-verdade.

O melhor, talvez, é a frase do Martin Baron, editor-chefe do Post (é aquele que, no Boston Globe, teve papel fundamental na descoberta de casos de pedofilia na Igreja Católica). Ele diz que jornalistas não são bons para fazer previsões, mas adoram fazer muitas suposições “acerca de tudo”. E conclui: “Meu conselho sempre é: deixe-se impressionar. O antídoto de previsões erradas é ir pra rua e apurar. Formule perguntas e as responda objetivamente, não presuma nada.”

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