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A casa do Zeca


Por Fernando Molica em 02 de junho de 2016 | Comentários (2)

Ao caminhar em Coimbra, fui supreendido ao ver que, diante da Sé Velha, fica a casa onde morou José (Zeca) Afonso (1929-1987), compositor e intéprete de ‘Grândola, vila morena’. Uma canção que eu, em 1974, aos 13 anos, em plena ditadura brasileira, soube que tinha sido usada como senha para o início da Revolução dos Cravos. Na época, eu estudava no Colégio Piedade, da Universidade Gama FIlho, instituição que daria emprego a Marcello Caetano, último primeiro-ministro do salazarismo.

Confesso que fiquei emocionado ao ver a casa – na véspera, ao jantar num restaurante na parte antiga da cidade, um dos clientes, um sujeito com uns 70 anos, começou a cantar a música que, há tantos anos, embalou a liberdade portuguesa. É preciso respeitar e reverenciar uma revolução que começa com uma música e que tem como símbolo uma flor. A festa, com todos os problemas, continua a ser bonita.

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Comentários
03 de junho de 2016

Conheci Zeca Afonso em Junho/Julho de 1974, pouco depois da revolução dos Cravos. Foi no sul de Portugal, em uma cidade praiana chamada Fuzeta. Ele estava do lado de fora de um bar/quitanda com alguns amigos locais. Assavam sardinhas e pimentões na brasa. Ao saber que éramos brasileiros (estava com minha companheira), convidou-nos a tomar uma cerveja e a comer com eles. Tivemos uma tarde adorável e eu me beliscava o tempo todo: não é possível que o homem que compôs a música-senha da Revolução esteja aqui, nesta simplicidade provinciana. Um homem de caráter, simples e libertário. Lembrança que levarei para sempre. Merece odas as homenagens - ano que vem serão 30 anos de sua morte.

José Carlos Asbeg
03 de junho de 2016

Nesse ano (1974) eu estava inscrito no curso de Administração e presenciei a chegada do ditador Marcelo Caetano, que foi recepcionado pelo "ilustre" reitor Gama filho, na rampa de acesso da R. Manuel Vitorino. Ah, para variar, a Tv Globo se fazia presente para reportar o evento histórico.

Hildeval Araujo