Flip
Por Fernando Molica em 10 de junho de 2008 | Comentários (6)
Conseguimos enfim comprar ingressos para a Flip – isso depois de várias tentativas e aborrecimentos. É inacreditável que um evento desse tamanho não consiga, em sua sexta edição, organizar uma venda de ingressos on line. Vou tentar contar o que foi a epopéia vivida na manhã de hoje em busca dos ingressos.
. 08h50 – Entro no site da Flip e clico no link da Ingresso Rápido (Ingresso Rápido: como diria Zé Simão, o Brasil é o país da piada pronta). No site da IR não há qualquer referência à Flip.
. 8h53 – Ligo para o tal do call center da IR – 4003 1212. Uma gravação informa que sou o 53o da fila. Enquanto isso, continuo atualizando o site da empresa. E nada de Flip.
. 09h31 – Uma atendente da IR diz que a venda só começaria às 10h. Expliquei que o site da Flip dizia que o horário era outro, 9h. Ela repete a mesma informação diversas vezes, com dois “então” a cada frase. A moça diz, ENTÃO, que eu devo desligar o telefone e ligar de novo. Explico que é injusto, eu iria voltar para o fim da fila. Já que tinha conseguido ser atendido, era mais razoável ficar por ali, batendo papo com ela, esperando os tais 29 minutos que faltavam. Ela diz que isso não seria possível, que havia outras pessoas esperando para ser atendidas: argumentei que não adiantava nada atender às tais pessoas se elas teriam a mesma frustrante resposta – seria melhor deixá-las aguardando e atendê-las apenas quando os ingressos pudessem ser vendidos. A minha ligação é desligada.
. 09h39 – Começo a tentar ligar de novo para o 4003 1212, mas é impossível completar a ligação.
. 09h59 – Consigo ser atendido pelo Suporte on line do IR – a conversa é infrutífera. As pedras do calçamento de Paraty teriam sido mais receptivas. Movo o bloco que registra o dialógo travado por escrito com a atendente e o coloco no blog.
. 10h10 – Resolvo apelar e pedir reforço. Minha mulher, Bárbara, entra em campo – ou seja, fica diante do computador enquanto me arrumo e corro para o posto da Lagoa que vende ingressos.
. 10h30 – Chego no posto, umas 30 pessoas aguardam na fila, formada dentro da loja de conveniência. O atendimento começou dez minutos antes, mas nenhum ingresso foi vendido – o terminal do posto parece ser mais lento do que o da minha casa. Começo a lembrar daquelas reportagens de antigos carnavais, com pessoas que dormiam na fila dos ingressos para o desfile das escolas de samba, levavam cadeiras de armar, colchonetes, farnel.
. 10h40 – Um amigo me liga. Já é possível fazer a compra pelo site, mas não há ainda um banner da Flip. É preciso escrever o nome do evento no espaço do mecanismo de busca. Passo a informação para a Bárbara. Parece cena de filme policial vagabundo: “Eles foram por ali, corra!” – dá vontade de gritar.
. 10h50 – Um boato na fila: as vendas, pela internet, só poderiam ser concluídas com o uso do cartão Bradesco Visa Eletron. Acho estranho: a Flip é patrocinada pelo Unibanco, o site do IR prometia vantagens para quem fizesse a compra com o Itaú Card. Deve haver algum erro, é banco demais. Os sites da Flip e do IR não falavam nada em Bradesco.
. 10h55 – a Bárbara me liga – é preciso ter o Bradesco Visa Eletron. Eu tenho, mas o cartão está comigo, na fila.
. 11h10 – Bárbara volta a me ligar – precisa de números, de códigos, de senhas. Todos são repassados, mas a demora faz com que o site do Bradesco derrube a tentativa de compra.
.11h15 – A fila irrompe em aplausos: os primeiros ingressos foram, enfim, vendidos. A feliz compradora os exibe para os que ainda aguardam – a venda só foi concretizada quase uma hora depois de iniciada.
.11h16 – Desisto da loja e corro de volta para casa.
. 11h22 – Bárbara me liga e pede novos números. Atendo no meio do trânsito, dirigindo. A mão esquerda segura o volante; a direita, o celular. Uma terceira mão – como assim ?!? – tira os cartões da carteira. Pensando bem, devo ter utilizado o viva voz do celular. Não tenho três mãos.
. 11h30 – A transação foi fechada, os ingressos foram comprados. A tabela enviada por e-mail informa: além dos 25,00 por ingresso, teremos que pagar R$ 56,25 de Taxa de Conveniência. Ou seja, pagar pelos péssimos serviços prestados pela Ingresso Rápido. Isso, fora a taxa de R$ 10,00 para receber o pacote em casa.
Longe de defender bicheiro ou assemelhados: mas a organização da Flip deveria entregar a venda de ingressos para a Liesa, a entidade que domina o carnaval carioca. Eles são mais organizados e fazem questão de fazer valer o escrito – é do jogo deles.
Foi a mesma zona de sempre. Estava o URuguai, então vc deve imaginar como sofri. No fim, só consegui ingressos para o telão. Mas decidi não me estressar como nosúltimos anos...
MarceloTenho alguma experiência em comprar ingressos pela internet e simplesmente desisto quando sei que o evento é vendido por essa Ingresso "Rápido". As melhorzinhas, apesas das taxas absurdas, são Ingresso.com e Ticketronics. Dá até para encarar a burocracia da Ticketmaster, mas essa "Rápida" aí serve no máximo para um post, depois da crise de estresse...
MartaTalvez, Saint-Clair. O problema é que já paguei metade das diárias do hotel. Mas a precariedade do esquema de venda faz mesmo pensar na possibilidade de ficar por aqui. Vamos ver se tudo melhora em 2009 - tento ser otimista. Acrescento: só estive na Flip uma vez, no ano passado, e gostei muito.
Fernando MolicaBom, desculpa a minha ingenuidade, mas em face de todo esse sofrimento que você passou... Bom, não seria melhor NÃO ir à FLIP? Como protesto, como indignação, como forma de dizer "estou pagando, quero ser tratado com o mínimo de respeito"? Afinal, o quê de tão imprescindível você vai encontrar na FLIP que justifique essa Via Crucis?
Saint-Clair StocklerHahaha (desculpe, mas o post ficou cômico). Ao menos seu final foi feliz. Já passei por perrengue para ir a Flip também, há umas duas edições. Só que no meu caso foi por outro motivo: não conseguia hotel de forma alguma - não, eu não tenho estômago para ir e voltar de Paraty no mesmo dia. ENTÃO, no caso, acabei desistindo.
Mariana BradfordTive mais sorte, Molica. Fui no obscuro posto Petrobras da Rui Barbosa e só precisei de uma hora para comprar os ingressos. A fila estava grande: seis pessoas. Nos vemos na Flip. Ab,
Flávio