A ambição de Pelé
Por Fernando Molica em 12 de novembro de 2011 | Comentários (0)
Algumas pessoas insistem em desafiar os desígnios do Criador. O Pelé, por exemplo: o cara jogou a bola que jogou, foi três vezes campeão do mundo (quando se machucou, o Garrincha ganhou a Copa pra ele), ficou rico, pegou todas as mulheres que teve tempo de pegar (dizem que a agenda tá lotada até as Olimpíadas do Rio). Tem tanta sorte que, até hoje, a imprensa e a opinião pública evitam lembrar a história dos US$ 700 mil da Unicef e o não-reconhecimento da filha. Como diria o Wilson das Neves, ô sorte! Mesmo assim, o sujeito insiste em ser ator e em cantar – ele é tão bom nessas atividades quanto eu sou jogando bola. Pior, não falta quem o convide para atuar e para cantar. Em campo, como já observou o Verissimo, Pelé sempre foi um primor de objetividade, ia sempre na direção do gol. Fora das tais quatro linhas, não para de jogar bola fora. Sei não, se eu fosse ele segurava a onda, o sujeito lá de cima pode perder a paciência. Se der mole, na próxima encarnação ele acaba voltando no papel de Lúcio Flávio.