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A expulsão do Jobson e o risco do Garrincha


Por Fernando Molica em 23 de julho de 2010 | Comentários (1)

Recebi, nesta manhã, um e-mail indignado do alvinegro Cesar Oliveira, que protestava contra a absurda expulsão do Jobson no jogo de ontem contra o Palmeiras. Ele driblou um sujeito, foi agredido, não reagiu – e foi expulso. Mandei a seguinte resposta para o Cesar:

Também fiquei muito irritado com a atitude do árbitro. Mais: fiquei revoltado. No início, ao não perceber que o Jobson também tinha sido expulso, até admirei a suposta personalidade do juiz de mandar para fora um troglodita que se sentira humilhado diante do brilhante futebol do adversário. Mas não. O covarde fez o manda o manual da lavagem de mãos (Pilatos deveria ser o símbolo da arbitragem brasileira): expulsou os dois jogadores. Fui para o twitter – este divã eletrônico sempre a postos para ouvir nossas queixas – e reclamei muito.

Esse tipo de covardia da arbitragem ajuda a acabar com os poucos momentos de brilho do futebol praticado no Brasil: de uns anos pra cá, driblar virou sinônimo de ofensa pessoal, é quase como xingar a mãe. Foi assim quando aquele desclassificado zagueiro (ou lateral, sei lá) do Flamengo partiu, dedo em riste, para cima do Maicosuel – tudo porque havia sido driblado. Isto, claro, depois de agredi-lo. E o medíocre não foi expulso de campo. Ontem, a mesma coisa: o Jobson ousou fazer aquilo que tantas alegrias deu a tantos e tantos torcedores. Jobson tentou sair do óbvio, tentou driblar. Foi agredido por um adversário e punido pelo encarregado de manter o respeito às normas. Isso é inacreditável, assustador. Hoje, as matérias do Dia e do Globo classificam de injusta a expulsão do Jobson. Mas é preciso fazer mais, é preciso alertar, bater bumbo para o risco de banalização deste crime de lesa-futebol. Chegamos a um ponto em que falta é recurso e drible virou ofensa. Fui dormir pensando no que seria de Garrincha nos dias de hoje – iria apanhar mais do que amante de goleiro do Flamengo e talvez viesse a ser banido do futebol.

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Comentários
23 de julho de 2010

Essa matéria, pelo menos o final, onde se é mais imparcial, merece espaço e relevancia na mídia, palavras muito bem colocadas, Molica . Essa história do drible ser ofença é coisa desse futebol moderno q ainda não entendo. Essa coisa do drible ser o ícone do futebol arte, essa sim é coisa do Botafogo. Salve Garrincha, Jobson, Maicosuel e o Glorioso! Abraços!

Diego Lins