A Flip de Lima Barreto e dos leitores
Por Fernando Molica em 31 de julho de 2017 | Comentários (0)
O protagonismo de autores brasileiros nesta Flip é outro ponto que merece ser ressaltado. Um fato relacionado à ausência de nomes estrangeiros mais consagrados (lembro de uma edição em que havia dois vencedores do Nobel de Literatura), à qualidade dos brasileiros convidados e ao tema geral do evento. Lima Barreto não foi apenas um homenageado, foi uma referência para quase todos os debates.
Ao tratar de temas tão presentes no nosso cotidiano – racismo, periferias, exclusão, machismo -, a Flip colaborou para ressaltar a produção contemporânea brasileira e para aproximá-la dos leitores. Estes são fundamentais – é tão óbvio dizer isto – para que livros façam algum sentido na vida de um país, não é razoável que o universo literário fique restrito ao clube de autores, editores, agentes, divulgadores e jornalistas.
Em outras Flips, as festas mais comentadas eram as promovidas por editoras. Desta vez, o bom foi ficar na rua, dançar na praia, cantar na roda de samba. Um movimento que promoveu uma integração tão necessária para um mercado que não pode se conformar em viver numa espécie de condomínio fechado.