A queda
Por Fernando Molica em 07 de dezembro de 2008 | Comentários (0)
Engraçado, mas fiquei meio triste com o rebaixamento do Vasco. Talvez pela bela história do clube, talvez por já ter defendido suas cores – entre 12 e 14 anos integrei sua equipe de basquete infantil -, certamente pela tristeza de jogadores como Pedrinho, flagrado em lágrimas pela TV, e de torcedores como aquele menino que chorava muito. Fiquei triste por eles, emocionado mesmo.
Nos identificamos tanto com um clube que suas vitórias passam a ser nossas. Nos referimos aos triunfos na primeira pessoa do plural: “Nós ganhamos”, “nós acabamos com vocês”, nós isso, nós aquilo. Por conseqüência, as derrotas são igualmente nossas, nos pertencem. O rebaixamento é uma suprema humilhação, um passa-fora, um você agora não faz parte dessa turma.
Rebaixamento é tão traumático que não me lembro do dia em que o Botafogo foi parar na segundona, em 2004. Lembro do jogo que definiu nosso retorno, das comemorações, da alegria. Mas não lembro do dia D, de Derrota. Por isso, em solidariedade, lamentei a quase previsível queda vascaína: não é fácil resistir a tantos e tantos anos de uma administração como a que foi enfim afastada. Espero que o bater no fundo do poço seja produtivo para o Vasco.