Copa de Literatura Brasileira
Por Fernando Molica em 24 de julho de 2009 | Comentários (6)
O ponto da partida foi selecionado para participar da terceira edição da Copa de Literatura Brasileira, uma competição baseada no Tounament of Books, inventado por uma revista americana em 2005. A proposta da Copa é curiosa – 16 romances lançados no ano anterior disputam jogos no esquema mata-mata de torneios de futebol. Os, digamos, jogos, são decididos por um juiz, um sujeito que lê os dois livros e decide qual é o melhor. A cada rodada, a metade dos participantes é eliminada.
A aparente banalidade da brincadeira – afinal, livros não foram feitos para jogar entre si – traz um componente interessante. Em primeiro lugar, puxa os livros para um campo mais arejado, menos contaminado pelo bolor que volta e meia exala de discussões literárias. Trata-se de uma Copa, não de um prêmio, de uma honraria. O vencedor da Copa não recebe nada além do título de vencedor – não há prêmios em dinheiro, troféus, sequer batatas.
É claro que os critérios de julgamento são variados, volta e meia alguns resenhistas deixam transparecer algum grau de rancor e, vá lá, preconceito. Mas a vantagem é que, na Copa, ao contrário do que acontece nos prêmios tradicionais, tudo isso fica explícito. Os críticos, de alguma forma, também são julgados, têm que deixar claro os critérios pelos quais deram a vitória a A e não a B. Seus textos são publicados e criticados pelos torcedores.
Parece engraçado dizer isso, mas, na Copa, os julgadores são obrigados a ler os livros. O que pode parecer óbvio nem sempre acontece nos prêmios – um dos mais prestigiados do país faz uma seleção de finalistas com base nas opiniões de centenas de críticos e acadêmicos. Até pelo volume de gente que participa da seleção, é impossível que todos leiam todos os livros. Nem as editoras teriam como enviar tantos exemplares para todo mundo. Ou seja: muitos dos livros escritos são eliminados sem que sequer tenham sido lidos.
Enfim, até por suas precariedades e pelo seu caráter meio amadorístico (amador aqui no melhor sentido da palavra), a Copa é divertida, ajuda a trazer os livros para a vida, estimula discussões – as brigas nas caixas de comentários tendem a ser apaixonadas, muitas e muitas caneladas são distribuídas. É bom, apesar das eventuais injustiças, ver que livros podem gerar tantas emoções.
Sem dúvida.
Fernando MolicaAmadorismo é exatamente a maior qualidade da Copa. Por falar em Aposta, veja a promoção da Copa de Literatura no http://Arlequinal.com.br
Fernando TorresSem dúvida, Moutinho. Acho que a Copa também ajuda a não nos levarmos muito a sério... No mais, literatura é uma caixinha de surpresas. E, claro, tudo faremos pela vitória. Abs.
Fernando MolicaO negócio é entrar na onda da Copa e criar uma bolsa de apostas.
BetoBoa sorte, camarada! Só não caia na armadilha de levar isso a sério...
Marcelo MoutinhoGostei, Molica. É, de fato, amador no melhor sentido da palavra. Mantém a gente informado. abraço
Felipe Pena