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Coragem e alegria em campo


Por Fernando Molica em 23 de março de 2011 | Comentários (4)

‘Estação Carioca’, O Dia, 23/3/11

O futebol passou a envolver tantos interesses e tanta grana que muita gente esquece do principal. Trata-se de um esporte, algo que não tem lá muita importância prática. Vitórias e derrotas alteram nosso humor, mas não geram mudanças significativas em nossas vidas. Com exceção de alguns jogadores e dirigentes, ninguém fica mais rico por causa do futebol.

Mas nossa ligação com este esporte é tamanha que projetamos nos campos muitas de nossas esperanças. Lá compensamos frustrações e derrotas; nos consolamos com um drible, um gol, um campeonato. Um bom jogo de nosso clube nos enche de orgulho, nos faz sorrir.

A identificação com nossos times é tamanha que, ao falarmos deles, usamos a primeira pessoa do plural: “Nós atacamos, nós marcamos tantos gols, nós vencemos.” Nós, portanto, é que estamos em campo, os jogadores são apenas nossos representantes — assim, é razoável esperar que se comportem direito. Que sejam talentosos, esforçados, competentes, criativos, tenham um eterno e inegociável compromisso com a vitória. É só ver os hinos: “Não podes perder / perder pra ninguém”, “Vencer, vencer, vencer”, “Sou do clube tantas vezes campeão”. Ninguém quer saber de resultados ruins, bastam as derrotas e os empates que somos obrigados a aturar fora dos estádios. Não é à toa que o verbo ‘empatar’ é usado para indicar algo que não deu certo.

No futebol, podemos superar barreiras, rir de poderosos e de chefes. Para nós, torcedores, o que importa é ser herói em cada jogo, ver a imensa torcida bem feliz. Daí que muitos rubro-negros querem o Adriano de volta. Desejam gols e alegria — os dirigentes que tratem de dar um jeito no cara. E é por isso que a torcida do Botafogo não aguentava mais ver o time retrancado e com medo. Na vida, nem sempre podemos dizer o que queremos, xingar quem desejamos, chutar todos os baldes. Não dá para aturarmos as mesmas precauções em nossos times, depositários de muitas de nossas expectativas e sonhos. Claro que não devemos amarrar nossa felicidade a um grupo de jogadores, a vida é bem maior que isso. Mas é impossível nos identificarmos com uma equipe que não ousa, que não busca a vitória. A falta de coragem de um time deprime toda a torcida, é chato ver nossos representantes jogando de forma covarde. Não foram as derrotas que derrubaram Joel Santana, ele caiu porque tinha medo de vencer. Não dá para ser medíocre até na hora de sonhar

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Comentários
07 de abril de 2011

Que isso?! Por nada! E aliás, eu publiquei o comentário certo no texto errado. Era pra ter saído no texto que veio depois desse do Botafogo. Quando percebi, já era. Mas tá valendo a intenção. Abraço!

Diego Moreira
06 de abril de 2011

Saudações suburbanas, meu caro. Desculpe a demora na publicação; por alguma razão, deixei de receber emails com avisos sobre a chegada de comentários. Abração.

Fernando Molica
02 de abril de 2011

Excelente e bem oportuno! Salve o subúrbio! Abraço, caboclo!

Diego Moreira
25 de março de 2011

Fernando quero compartilhar esse meu comentário abaixo que fala, de forma um pouco mais dura, o mesmo que seus posts sobre o Botafogo. "A gente não tem um canal com o clube para reclamar, dar sugestão, elogiar, mesmo assim, usei o “fale conosco” do “Programa Sou Botafogo”, apesar de saber que eles não leriam, e avisei: “Passarinho que anda com morcego acorda de cabeça pra baixo” sobre a decisão do Botafogo de se juntar a Flamengo e Corinthians e se desligar do Clube do 13 para negociar com a Rede Globo os direitos de transmissão dos jogos. Será que o Maurício Assunção é tão ingênuo que não sabe do histórico de armações contra o Botafogo? Será que não sabe que a ideia é aumentar cada vez mais as torcidas de determinados clubes, aniquilando os demais para depois poder gastar menos. Ou seja, a proposta de sistemas ditadores sempre foi dividir e ter uma minoria comandando uma maioria. No caso da Globo, não seria minoria de pessoas, mas uma minoria de clubes com maior massa de torcedores. É mais fácil pagar a dois que a dez, ou vinte, ou 13. Vejam: quanto mais títulos, mais torcedores; quanto mais torcedores, mais audiência. Essa foi a ideia nesses últimos quatro anos, quando nos tiraram diversos títulos dos diversos campeonatos que disputamos, digo, que o Botafogo disputou. O sistema que menciono envolve mídia, clubes, patrocinadores, CBF, etc. tudo com interesses financeiros que utilizam a paixão do torcedor pelo futebol. Vamos nos acalmar. Nossas vidas não dependem disso. Vamos ser torcedores apaixonados, mas conscientes. Depois de algumas manifestações, principalmente no último jogo, a mídia tenta massagear nosso ego com algumas notícias mais otimistas. Antes, porém, ficavam criando crises no Botafogo e exaltando o Flamengo, mesmo quando o resultado das partidas eram iguais. Não vamos deixar nos enganar. Eles são lobos em pele de cordeiros. Abaixo o meu comentário para relembrar: “142 Alex: 14 março, 2011 as 23:27 Achei bem oportuna a manifestação da torcida ao final da partida no último sábado, quando xingamos a REDE GLOBO e o repórter que fazia a cobertura, o VITORINO CHERMONT, do SPORTV (que pertence à Globo e era o representante naquele momento). Podem pensar que é baixaria, mas é que devemos mostrar que essa emissora, que faz ditadura velada, não engana a mais ninguém e que a torcida do Botafogo, milhões de torcedores no Rio de Janeiro e milhões espalhados por todo o Brasil, deve ser respeitada. Chega de edição de imagem (os lances polêmicos contra o Botafogo são repetidos várias vezes e os lances a favor, não), chega de notícias de crise para o nosso clube quando joga mal, mesmo quando ganha, e exaltação para o adversário, mesmo quando ganha roubado. O Vitorino Chermont foi escolhido somente pelo fato dele representar essa classe de jornalistas sem ética, que se vendem para manter seus empregos, mesmo agindo de forma injusta. E sabemos que tudo isso é por interesse econômico, pois a urubuzada compra até verme da bosta se estiver nas cores vermelha e preta e disserem que é de algum jogador. Niguém mais é bobo e já sabe dos esquemas montados para, de forma sutil, aniquilar os outros clubes. Até mesmo na transmissão da final da Taça Guanabara a brincadeirinha do intervalo era mostrar uma meninininha que dizia que iria torcer para o time campeão, fazendo alusão aos filhos dos torcedores do Botafogo, Fluminense e Vasco, como se estes fossem obrigados a torcerem para o time de seus pais, enquanto os jovens torcedores do Flamengo, que é o foco dessa mídia, passam a torcer pelas suas conquistas e campeonatos. Claro! E não poderia ser diferente! Qual foi a final de algum campeonato perdido pelo Flamengo em que seus torcedores tenham algo a reclamar da arbitragem? Todos os lances duvidosos são pró Urubu! Os lances duvidosos não são mostrados com imparcialidade e justiça. Resumindo: aumentando a torcida de um só clube, eles terão audiência garantida e os valores de transmissão dos jogos serão menores para os demais clubes. Olho neles. Nada de terem raiva dos flamenguistas, pois esses são, como no tempo da ditadura, massa de manobra. NÃO É MOLE NÃO! A GLOBO É DITADURA NA COMUNICAÇÃO!”"

Alex