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É a dialética, estúpido


Por Fernando Molica em 31 de agosto de 2016 | Comentários (0)

A presença de Collor no julgamento da Dilma e seu provável voto pelo impeachment são exemplares do que foi a política de alianças implantada pelos governos petistas.

A lógica de flexibilização – ideológica e moral – que permitiu a ascensão do petismo é a mesma que, ao que tudo indica, vai sacramentar sua deposição da Presidência. Meu bem, meu mal – é a dialética, estúpido, como diria aquele assessor do Clinton.

O PT, que teve atuação fundamental no impeachment de Collor, achou que, com alguns rapapés e favores (apenas suponho que estes tenham ocorrido), o ex-presidente e hoje senador esqueceria o passado, viraria um aliado, amigo de fé, irmão, camarada.

O mesmo serve, em diferentes graus, para outros companheiros de ocasião, que, na hora H, sacramentam seus compromissos com princípios (e, mesmo, ausência de princípios) que sempre justificaram sua atuação política (Maluf, que recebeu Lula em casa, votou pela admissibilidade do impechament).

No fim das contas, ficaram com Dilma os integrantes do PT e outros integrantes de partidos de esquerda, mesmo aqueles que, revoltados com o excesso de pragmatismo dos governos petistas, haviam migrado para outras organizações.

O esvaziamento de entidades como a CUT e a UNE, cooptadas pelos governos petistas, acabou sendo decisivo para a baixa mobilização popular em defesa de Dilma registrada nos últimos dias. Isto, apesar das anunciadas mudanças em leis previdenciárias e trabalhistas.

Agora, petistas se colocam como integrantes da Senzala que jamais foram aceitos pela Casa Grande. Sim, mas eles não podem ignorar que também cultivaram um projeto de poder que incluía esta aceitação.

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