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Faltou enredo para Ivete


Por Fernando Molica em 28 de fevereiro de 2017 | Comentários (0)

Pra não dizer que não falei da Grande Rio. Não gosto do seu repertório, mas não posso negar que Ivete Sangalo é a maior artista pop que temos (talvez fosse melhor dizer o melhor artista pop, para incluir os homens na parada). Sua presença na comissão de frente foi espetacular, prova de talento, competência, dedicação.

O problema é que, ao contrário de outros artistas já homenageados no Sambódromo – Bethânia, Roberto Carlos, Braguinha, Luiz Gonzaga, Lamartine e outros tantos -, a carreira de Ivete não tem lá muitas ligações com a história brasileira, mesmo com uma história informal, cultural, construída ao longo do tempo na relação entre ela e o público. Seu sucesso é fruto de um extremo talento, o que não rende muito material para um enredo.

Talvez a escola pudesse ter driblado isso se tivesse investido mais na relação da cantora com os trios elétricos, com a axé music. Ivete surgiria assim como o principal estrela de um movimento artístico e cultural relevante, que conquistou milhões de fãs, que criou um modelo de carnaval que se espalhou pelo país e que gerou filhotes até no Rio (os blocos que fazem shows de música pop têm relação direta com a lógica do carnaval baiano).

Mas o enredo ficou muito centrado só na Ivete, que tem uma história legal, de sucesso, mas uma história meio simples – a menina do interior que foi, viu, e venceu. No fim das contas, acabou rolando um carro para The Voice Brasil. É pouco para um enredo. No mais, foi muito legal ver o carinho do público carioca com mais esta baiana que bota o país pra cantar.

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