Fantasia roubada
Por Fernando Molica em 21 de março de 2009 | Comentários (1)
Nada disso, não se trata de uma metáfora sobre sonhos desfeitos. É que a fantasia usada pela minha mulher no último desfile do Império Serrano foi furtada nesta madrugada, retirada da mala do meu carro estacionado na avenida Epitácio Pessoa. Uma fantasia verde, branca e azul, da Ala dos Devotos. Estava no meu carro para ser doada ao Instituto Ary Carvalho, do jornal “O Dia”. Lá, seria desfeita e reciclada, o material iria compor outras fantasias, dos meninos e meninas da Favela do Arará, que fica ao lado do parque gráfico da empresa.
Esta é a segunda vez em menos de um ano que a mala do meu carro foi aberta por ladrões em busca do estepe. Pela internet, preenchi o boletim de ocorrência, o crime será estatisticamente registrado. E acabou por aí. Que bom que não foi assalto, ninguém ficou diante de uma arma, não fomos seqüestrados, feridos, jogados do alto de um penhasco. A velha história de ser feliz com um olho só – tem gente que não tem os dois olhos, ou um pé ou um braço…
Perdi, perdi. Perdi pouco. Vou correr numa loja de pneus, comprar um novo estepe, morrer aí nuns R$ 400,00 (os caras também levaram ferramentas, algumas compras de supermercado e um patético par de galochas, herança de minha vida de repórter de TV). Moral da história? Sei lá. Forçando uma barra, na fronteira do bom gosto estético, dá pra falar em perda de mais um pedaço da fantasia já um tanto quanto rasgada de um morador do Rio de Janeiro. Ou então, para, ao mesmo tempo, sacanear e dar razão ao meu amigo Marcelo Moutinho, balançar a cabeça para o lado e reconhecer que, mais uma vez, algo relacionado ao Império Serrano foi roubado.
Pois é. Mas desanimei de tanto dar murro em ponta de faca. Que os que mandam fiquem com o carnaval para eles.
Marcelo