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Furacão no Leme


Por Fernando Molica em 05 de janeiro de 2011 | Comentários (2)

Coluna Estação Carioca, jornal “O Dia”, 05/01

Aconteceu na tarde do último dia 31. Ao passar pelo Leme, na Rua Antônio Vieira, esquina com Gustavo Sampaio, fui alertado pelo amigo rubro-negro: “Olha ali o seu ídolo!” Ele não mentira. De pé, ao lado de uma mesa de bar, estava Jairzinho, ex-craque do Botafogo e da seleção brasileira, talvez o nosso mais importante jogador da Copa de 70 — o ‘Furacão’ fez gols em todos os jogos. Alguns belíssimos, como os contra a Tchecoslováquia; outros fundamentais, como os dos jogos com Inglaterra e Itália.

Há alguns anos, ao sair do Maracanã, cruzei com ele, mas não cheguei a abordá-lo. Limitei-me a apontá-lo para meus filhos, falei alto que ele tinha sido uma das estrelas do primeiro time do Botafogo que vi jogar. Foi em 1967, em General Severiano. Um timaço: Manga, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Jairzinho, Roberto e Paulo César.

Herdeiro da camisa 7 de Garrincha, Jairzinho, no Botafogo, passou depois a jogar com a 10. Foi bicampeão carioca (67/68) e do Rio-São Paulo (64-66), campeão brasileiro (68). Em 1972, meteu três dos gols alvinegros na histórica vitória de 6 a 0 sobre o Flamengo que, naquele dia, fazia aniversário. Veloz, forte, driblador, dono de ótima visão de jogo, disputou também as copas de 1966 e de 1974.

Ao contrário do que (não) fiz no Maracanã, na última sexta resolvi falar com ele. Cheguei lá, apertei sua mão, desejei feliz 2011. Jairzinho fez cara de espanto, não tinha a menor ideia de quem era aquele sujeito. Eu disse meu nome e agradeci pelas muitas alegrias que ele me proporcionara. Em seguida, apresentei minhas saudações alvinegras. Engraçado, mas Jairzinho pareceu ter ficado surpreso com meu gesto e minha referência ao Botafogo. Com um gesto carinhoso, me agradeceu. Claro que não precisava.

Aos 66 anos, ele deve estar mais do que acostumado a receber cumprimentos. Admito que, volta e meia, torcedores sejam meio chatos com seus ídolos. Mas, numa época em que a marra substitui o talento e jogador é aconselhado a ir para um clube para que possa desfrutar de uma espécie de colônia de férias, considero ser obrigação reverenciar quem me fez feliz. Ninguém cala minha alegria pelos títulos que Jairzinho ajudou a trazer para o Botafogo. Ele e outros grandes jogadores fazem com que, perto dos 50 anos, eu possa ainda me sentir criança. Na sexta passada, voltei aos 6 anos, às arquibancadas de General Severiano. Obrigado, Jair.

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Comentários
08 de janeiro de 2011

Pois é. Um belíssimo time - e, na época, ninguém sofria sequestros como o do maluco do Somália. abs.

Fernando Molica
08 de janeiro de 2011

Fernando quero o meu Botafogo de volta! Tenho 5.4 de rodagem e como você sei a escalação desse timaço. Feliz 2011! Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Gil