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PONTOS DE PARTIDA, O BLOG DO MOLICA

Maria Gadú


Por Fernando Molica em 31 de julho de 2009 | Comentários (4)

Saí ontem à noite do Vivo Rio com a impressão de que terei uma (outra) grande história para contar para os netos. Sim, meninos eu vi o primeiro grande show no Rio de uma ótima cantora, a Maria Gadú. Melhor: torço para ter uma boa história para contar. A moça, tão jovem, 22 aninhos, tem tudo para ser uma cantora espetacular – se não se deixar derrapar numa certa breguice djavaniana que alcança seu auge no sucesso-bobo “Shimbalaiê” – um par usado de All Star para quem revelar o que quer dizer esta palavra. A música, com todos os seus açucarados ilêiaiês, tem cara daqueles quadros de feira de artesanato que retratam pôr-do-sol com um veleiro em primeiro plano.

Mas a mulher canta pra cacete. Sem ser roqueira de carteirinha, é roqueira no fundamental: no desrespeito ao óbvio, ao sagrado. Vira parceira de Noel ao desconstruir e reconstruir “Filosofia”, se transforma em co-autora de “Ne me quitte pas” – e ninguém cala aquele seu despudor. É ela que, como ninguém, refaz a ótima “Baba” – Kelly Key vai adorar. Aí, nisso tudo, a Cadú é a melhor, herdeira direta de Cássia Eller. Como encarar a moça que, ao notar a calça que se rasgara no palco, diz “Mamãe, fudeu”? Ah, logo depois ela complementa: “Vocês vão ver minha cueca, branca…”

O curioso é que esse lado menino mau-comportado e desbocado é entremeado com manifestações explícitas de timidez e fragilidade. Enquanto canta e toca, Maria Gadú joga pesado, parte para o ataque ignorando cabeças-de-área, zagueiros e goleiros. O violão é empunhado com força, como arma. No fim de cada último acorde surge uma menina meio desamparada e assustada com toda aquela gente que está ali para lhe ver. Baba baby.

Talvez essa carência, talvez relacionada a uma carreira que só agora começa de verdade, ajude a explicar algumas derrapadas. A Gadú – fazer o quê? – volta e meia dá margem para um lado bares da vida, um besteirol cheio de boas intenções e péssimos resultados. Deixa disso, moça. Sua fase barzinho já passou – e, com ela, um repertório glicosado e bobinho, muito aquém de seu talento. Você é muito melhor quando parte para uma doce e ácida porrada, para a reinvenção, para a ousadia. É aí que a gente baba, baby.

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Comentários
03 de julho de 2010

ACABEI DE VER NO ALTAS HORAS, ESSA CANTORA...NOSSA!!! QUANTO TEMPO NÃO VIA TANTO TALENTO, ELA É DEMAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS... ACABEI LIGANDO O COMP. PARA PESQUISAR SOBRE ELA...

maria de lourdes
28 de fevereiro de 2010

Caraaa eu sou muito fã de Maria Gadu, estou tirando fotos de como está meu quarto enfeitado com ela em todas as paredes! Meu orkut está em construção ! por que estou faazendo coisas sobre eela! tenho cereteza que com essa voz encantadora e muito mais, elaa vai brilhara como o sol! te amo guriazinha! Beijão

Paulinh'A
08 de dezembro de 2009

vc é um tesao heim cara !!!!!!!!!!!!!!!!1

daniel
21 de setembro de 2009

Nossa essa guriazinha e fera,tive o prazer de ve-la nos altas horas e fiquei chocada.Literalmente ela consegue deixar o corpo da gente todo arrepiado com aquela voz rouca e afinada.Estou torcendo por vc.Joseane

ana joseane