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Milicianos, traficantes e seus parceiros políticos


Por Fernando Molica em 29 de setembro de 2016 | Comentários (0)

A já meio antiga discussão sobre candidatos ligados à milícia e ao tráfico costuma deixar de lado o respaldo que esses sujeitos recebem de políticos importantes, dirigentes partidários e ocupantes de cargos no Poder Executivo. Esse apoio é fundamental para viabilizar a presença na vida política de gente comprometida com atividades ilegais.

Quando questionados pela parceria, geralmente após a ocorrência de problemas graves, dirigentes de partidos e ocupantes de cargos executivos costumam alegar que tais criminosos eram ficha limpa, não tinham problemas na justiça, estavam no gozo de seus direitos, não poderiam ser impedidos de concorrer.

Besteira, partidos têm o direito de escolher filiados e de barrar indesejáveis. As ligações de determinados candidatos com organizações criminosas são, de um modo geral, bem conhecidas, os próprios caras fazem questão de alardear suas vinculações nas comunidades que dominam.

De olho nas facilidades que esses sujeitos oferecem em campanhas eleitorais e nos votos que são capazes de transferir, políticos importantes chegam a disputar apoio de notórios bandidos, fingem que não sabem de nada, fecham os olhos para atividades criminosas dos parceiros.

Quando aceitam dividir panfletos, palanques e carreatas com candidatos ligados a organizações criminosas, governadores, prefeitos, senadores e parlamentares mandam um recado para a população, dizem que o poder conquistado à bala tem direito de ocupar um lugar no Estado.

O gesto oportunista e irresponsável reforça e estimula a violência de cada dia, deteriora a máquina do Estado, colabora para tornar a atividade política ainda mais suja e perigosa. Quem abriu espaço partidário para bandidos ajudou a levar o crime para a disputa eleitoral e colaborou para viabilizar os assassinatos, ocorridos na Região Metropolitana do Rio, de 16 pessoas que se candidatariam nas próximas eleições.

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