No futebol, a compra e venda de meninos
Por Fernando Molica em 17 de fevereiro de 2019 | Comentários (0)
Matéria do Globo de hoje sobre meninos que sonham em jogar futebol fala de um garoto de 11 anos que, há dois anos veio de Palmas (TO) para treinar no Fluminense – está agora no Vasco. Ele tem um empresário, que banca a estada de sua família no Rio. Ou seja, desde os nove anos que ele tem um empresário, o dono de sua vida profissional. Construído com base na escravidão, o Brasil mantém a tradição de compra e venda de gente. No caso, de compra e venda de crianças, algo que só prospera por conta da miséria, da dificuldade que famílias pobres têm de ascender pelos mecanismos que deveriam ser acessíveis a todos
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Nada contra um garoto bom de bola querer ser jogador de futebol (todos já sonhamos com isso), mas não dá para jogar tanta responsabilidade nas contas de uma criança, submetê-la a uma lógica de treinamento pesada, não dá para que ela seja obrigada a ser adulta tão cedo.- esse menino sabe que o futuro de sua família depende dele. E, principalmente, não dá para que crianças e adolescentes tenham suas vidas presas a contratos que sequer poderiam ter sido assinados com menores de 16 anos.