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O grande barato da Flupp


Por Fernando Molica em 02 de agosto de 2016 | Comentários (1)

Já rodei por diversos eventos literários, mas nenhum deles me deixou tão impactado quanto o debate, sábado passado, dentro da programação da Flupppensa, Feira Literária das Periferias. Participei de uma conversa com o Felipe Botelho Corrêa que foi mediada pelo Ecio Salles.

Entre outras diferenças, a Flupp é um evento de caráter permanente, voltado para a criação de leitores e de escritores moradores de nossas tantas periferias. Uma característica que rompe com o que um escritor já classificou de confraria do mundinho literário/editorial – um clube que reúne autores, editores, agentes, promotores de festas e um grupo não muito grande de leitores. A Flupp – fundamental dizer – não é contra este universo, muito pelo contrário: acha a confraria tão legal que luta para ampliá-la, um movimento importantíssimo para a sociedade brasileira e, em consequência, para o próprio mercado editorial.

A Flupp leva para o debate autores publicados por grandes editoras, mas não quer apenas que eles exponham suas verdades e suas dúvidas. Quer que suas experiências sejam inspiradoras para pessoas que, por conta do processo de exclusão brasileiro, teriam muitas dificuldades para se aproximar do universo literário.

Ninguém poderia acusar a Flupp de ter apenas brancos no palco ou na plateia. As mais de cem pessoas que dedicaram seu sábado a um evento literário eram muito representativas de um Brasil mais amplo e democrático. Pessoas que foram lá para ouvir mas também para ler seus poemas, mostrar outras formas de expressão artística – não me saem da cabeça alguns versos ditos por MCs.

O debate sobre produção literária e subúrbio teve como mote o livro ‘Sátiras e outras subversões’, organizado pelo Felipe Corrêa e que reúne textos inéditos do Lima Barreto. Na conversa, percebi que mesmo meus personagens que vivem na Zona Sul do Rio nasceram e/ou foram criados no subúrbio. Piedade, ainda bem, não sai de mim.
No mais, viva a Flupp. Sábado que vem tem mais, o evento será às 16h no Morro do Macacos, em Vila Isabel. Para a conversa foi chamada Maria Vilani, professora, escritora e produtora cultural (https://www.facebook.com/events/681706465316030/).

As fotos são da Elisângela Leite, da equipe da Flupp.

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Comentários
07 de dezembro de 2016

Muito bom, adorei!

Raphael