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Pitacos municipais 4 – A corrida com obstáculos de Pedro Paulo


Por Fernando Molica em 23 de agosto de 2016 | Comentários (1)

A pesquisa Ibope que consolida o favoritismo de Marcelo Crivella (PRB) para uma das vagas no segundo turno (tem 27% das preferências) não traz boas notícias para o grupo político de Eduardo Paes, mas não dá pra dizer que a candidatura de Pedro Paulo (PMDB) esteja condenada a arder na pira olímpica.

A diferença entre os 27% que consideram o governo Paes ótimo ou bom e os 6% de intenções de voto em Pedro Paulo indica que muitos eleitores não conhecem o candidato e/ou não vêm nele um possível continuador das obras do atual prefeito. Ou seja, há uma boa margem de crescimento do peemedebista. que vai tratar de surfar na onda do sucesso da Olimpíada. No resumo da pesquisa disponível em sua página, o Ibope informa que 41% dos eleitores aprovam a administração de Paes e 56% a reprovam.

O problema é que a rejeição de 33% aponta que a suspeita de agressão à ex-mulher, embora arquivada pela Justiça, chegou aos ouvidos de muitos eleitores. O índice, superior à aprovação de Paes, é alto demais – comparável ao 35% dos manjados Marcelo Crivella (PRB) e Jandira Feghali (PCdoB) – para um candidato jovem, que nunca se candidatou a um cargo majoritário.

Neste pouco mês de campanha, Pedro Paulo, apoiado pelas máquinas do PMDB e da prefeitura, terá que acelerar feito um Usain Bolt. Será obrigado também a torcer para o eleitor mais conservador acredite que ele é o único capaz de bater Crivella no segundo turno – o quase empate no segundo lugar entre Marcelo Freixo (Psol), com 12%, e Flávio Bolsonaro (PSC), 11%, é interessante para o peemedebista, que pode ser visto como uma alternativa moderada a essas duas opções, à esquerda e à direita.

A situação se complicará para Pedro Paulo se Indio da Costa (PSD) e/ou Carlos Roberto Osorio (PSDB) – que têm índices de rejeição inferiores ao seu – demonstrarem algum fôlego. Ex-integrantes do governo Paes, poderiam se apresentar como seus continuadores.

Com pouquíssimo tempo de TV, sem garantia de que poderá comparecer aos debates e sem nenhuma aliança de peso, Freixo vai ter que lutar muito para se manter no segundo lugar. Precisa, desde já, apostar no voto útil e se mostrar como única alternativa da esquerda para chegar ao segundo turno.

Além da ameaça de Pedro Paulo, o candidato do Psol terá que disputar espaço com Jandira – seus 6% não a tiram do jogo – e, mesmo, com Bolsonaro, que tem chances de roubar da esquerda o título de candidato “contra tudo o que está aí”.

A dobradinha informal feita em 2014 por muitos eleitores que votaram em Jair Bolsonaro (pai de Flavio) para federal e em Freixo para estadual revela a divisão esquerda-direita não é assim tão clara para um contingente respeitável da população, aquela que prioriza candidatos que tenham imagem de luta e de honestidade.

O curioso é que a soma das intenções de Freixo com as dos outros candidatos da esquerda – Freixo, Jandira, Alessandro Molon (Rede) e Cyro Garcia (PSTU) – garantiria, em tese, uma vice tranquila para o representante do Psol, embora ninguém possa apostar em algo assim tão automático e mecânico.

Indio (5%), Osorio (4%) e Molon (2%) têm um desafio bem mais complicado pela frente. Precisam, nesta campanha tão curta, definir suas imagens e mostrar viabilidade. Os dois primeiros, se pisarem fundo no discurso de oposição, correm o risco de serem questionados por conta da participação no atual governo. Molon, que deixou o PT, está ameaçado de ficar seu sem voto de esquerda e, ao mesmo tempo, não se mostrar confiável para o eleitor mais conservador. O risco do nem-nem é o pesadelo dos três.

Obs: Não tratei de um ponto importante, os danos que podem ser causados a Pedro Paulo pela crise no governo estadual. A sorte do candidato é que, ao contrário do que ocorre em relação ao PT, o PMDB não é visto como um partido unificado, também responsável por acertos e erros de seus filiados. Mas é claro que a oposição irá, o tempo todo, ressaltar que o deputado é do mesmo partido que Pezão e Cabral.

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Comentários
24 de agosto de 2016

Ótimo estudo... Soado ao que será muito considerado à capacidade de gestão, conhecimento sobre o tudo que cidade evoluiu neste últimos dez anos... venogrande vantagem ao candidato do PMDB!!

Eduardo Dantos