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Pitacos rápidos e pessoais


Por Fernando Molica em 18 de setembro de 2018 | Comentários (0)

1. O Ibope de hoje indica que eleitores têm optado por candidatos que defendem posições claras, não querem saber dos que são mais ou menos isso ou aquilo.

. Marina Silva parece ser vítima de uma espécie de autogolpe – era de esquerda, migrou para posições mais conservadoras, radicalizadas com seu apoio a Aécio e ao impeachment. Agora, aparenta ter ficado no meio do caminho. O eleitor de esquerda acha que ela passou a ser de direita; o de direita, ainda vê nela uma petista. Ficou como aquela bola perdida no vôlei, a deixa-que-eu-deixo.
. Alckmin apostou que o país, cansado de conflitos e de escândalos, apostaria na conciliação – o problema é que, ainda outro dia, o PSDB foi pro ataque, pro tudo ou nada, apostou no impeachment, na entrega da Presidência para Temer. Fica difícil para o eleitor acreditar na sua bandeira branca. Pior ainda é o candidato dizer que faz oposição a um governo que seu partido integra. Ele também não tem como dizer que os tucanos passaram ao largo da corrupção.
. Ciro não peca pela dubiedade, ao contrário, tem um discurso direto, focado. Mas é provável que acabe engolido pela onda petista. Ele também gosta de não se ajudar. Quando muita gente achava (ainda acha) que ele seria mais palatável num segundo turno contra Bolsonaro, ele voltou a ser o Ciro de sempre, xingou um repórter e ainda pediu sua prisão.

2. Nesta semana, Haddad inaugurou uma versão própria do Lulinha Paz e Amor. Passou a acender uma vela para Lula e outra para o eleitor que rejeita o PT e que terá papel decisivo no segundo turno. Negou que vá indultar o ex-presidente e, na TV, encarnou o petista light, educado, aquele sujeito que, apesar das ideias de esquerda, não vai fazer feio na festa de Natal na casa dos sogros. O programa desta terça mostrou fotos do menino Haddad e ainda deu espaço para sua mulher falar como ele é legal. O cara é de família, veja só.

3. Já a campanha de Bolsonaro faz o caminho inverso. Nos últimos dias, Mourão, seu vice, desandou a falar impropriedades. Num só discurso citou países mulambos – numa evidente referência a nações africanas – e disse que mães e avós não conseguem cuidar direito de filhos e netos. Mais um pouco e petistas e pedetistas vão exigir que ele substitua o hospitalizado Bolsonaro nos próximos debates.

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