Romance ‘Uma selfie com Lenin’ lança olhar irônico sobre a política do país
Por Fernando Molica em 05 de abril de 2016 | Comentários (0)
Matéria de Guilherme Freitas publicada no Globo e no Extra:
Jornalista e escritor Fernando Molica situa narrativa em manifestações de 2013 e 2014
O protagonista do novo romance de Fernando Molica, “Uma selfie com Lenin” (Record), é um jornalista recém-saído de um trabalho como assessor de políticos. Desiludido com os clientes, que descreve como “sujeitos que faziam da constante visita às algibeiras do país a razão de ser de suas carreiras políticas”, ele embarca numa viagem pela Europa. O livro é escrito como uma longa carta do narrador à ex-namorada, em que ele passa a limpo, além de seus amores e dilemas, os ideais políticos de uma geração.
— O que me interessou no romance não foi a política em si, esse é o assunto do meu dia a dia como jornalista. Quis mostrar o impacto da política na vida do personagem, entender como ele tenta deglutir aquele processo. E isso só é possível na ficção — diz Molica, que lança o livro nesta terça-feira, às 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo.
PERSONAGEM ESCREVE UMA CARTA DENTRO DO AVIÃO
Jornalista e autor de outros quatro livros de ficção, Molica situa a narrativa no período das manifestações que tomaram o país em 2013 e 2014. Enquanto escreve a carta, de dentro de um avião, o narrador reflete sobre as turbulências políticas no Brasil e sobre conflitos da história europeia. Por meio do olhar cético desse personagem, “Uma selfie com Lenin” oferece uma perspectiva irônica sobre a situação do país.
— Em um momento de radicalização como o atual, em que as pessoas só repetem chavões, a ficção pode oferecer outras perspectivas e mostrar que há várias formas de ver o mundo — diz Molica.