Saramago
Por Fernando Molica em 18 de junho de 2010 | Comentários (0)
É triste acordar com a notícia da morte do Saramago. A leitura, há muitos anos, de seu Memorial do convento foi impactante, gosto do jeito como ele submete a língua, usa e abusa do idioma como um cozinheiro que, mão na massa, não teme o misturar de ingredientes, a produção de inusitadas combinações. Apertada, jogada, esticada, nossa língua saiu engradencida do contato com Saramago.
Registro que sempre achei esquisita e boba a tal rivalidade entre o Saramago e o Lobo Antunes. Gosto muito dos dois. De propósito, os obrigo a uma convivência forçada: os livros de ambos ficam lado a lado na estante (faço o mesmo com os de García Márquez e Vargas Llosa). Que briguem lá fora, aqui em casa mando eu.