Sobre livros e (falta de) leitores
Por Fernando Molica em 29 de junho de 2012 | Comentários (2)
“O momento é promissor, mas deve-se levar em conta que, numa desconstrução da velha máxima atribuída a Leon Tolstói, ninguém estará disposto a acreditar na universalidade de uma literatura se esta não for reconhecida nem por sua aldeia.” Este trecho do artigo do Sérgio Rodrigues levanta uma questão fundamental quando toca na parca repercussão, mesmo entre nós,da produção literária brasileira contemporânea.
A quantidade de feiras, festas e bienais talvez colabore para esconder um problema que é óbvio: de um modo geral, nossos livros não conseguem romper a barreira daquilo que o Marçal Aquino já classificou de confraria. São consumidos – quando o são – por editores, curadores de eventos, escritores e por uma parcela muito específica de leitores. Isto fica muito claro ao consultarmos as listas de mais vendidos – com as exceções de praxe, apenas obras brasileiras de não-ficção são escaladas. Os debates na maioria dos eventos também evidenciam o problema. É raro encontrar alguém que tenha lido um de nossos livros (outro dia, em Guaíra, interior de São Paulo, levei um susto quando uma leitora pediu que eu autografasse um exemplar de um romance – devidamente lido! – que lancei em 2005).
A solução não é simples, depende de muitos e muitos fatores – da qualidade e relevância dos próprios livros, inclusive. Mas ajudaria se alguns dos eventos literários – a receita não serve para todos – criassem ligações com escolas e faculdades, em particular, as de letras. Não sai assim tão caro comprar uns dez ou vinte livros de cada autor convidado. Livro que, a exemplo do que ocorre em Passo Fundo, poderia ser lido por estudantes antes dos eventos, colocado para circular – libertado, como diria o João do Corujão. Se os autores são relevantes a ponto de serem convidados para feiras e festas, seus livros também devem ter alguma importância – é razoável supor. Custa muito pouco fazer esta ponte.
Olá Fernando. Estou enveredando há pouco por essa seara, mas é perceptivel a apatia, o fraco desejo e o mediocre empenho por parte de algumas instituições que deveriam fomentar incasavelmente a disseminação da leitura. Cara! estou prestes a lançar meu 1º livro, mas não tenho competência literária, tão pouco experiência para me aprofundar no assunto, entretanto seu apoio, seus toques seriam de grande valia para que eu caminhasse mais seguramente por esse território. Acima esta a pagina do livro no facebook e segue meu e-mail: contratofechado@ig.com.br. Gostaria de lhe enviar um exemplar. Para onde envio? Até.
Marco Antonio RodriguesMolica, é uma grande honra ter o meu nome e trabalho de LIBERTAÇÃO DE LIVROS citado por você. Obrigado querido aliado da causa da FORMAÇÃO DO PRAZER DA LEITURA no BRASIL. Quero, ainda dizer que fazemos a LIBERTAÇÃO DOS LIVROS, através do Corujão da Poesia e da Música-Universo da Leitura, uma iniciativa que reúne muita gente compromissada com as nossas causas e ideiais. Gente solidária e de atitude. Quem quiser saber mais sobre o movimento, favor acessar o SITE: www.corujaodapoesia.com Obrigado Molica. AXÉ!!! João Luiz, o João do Corujão.
João Luiz de Souza