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Suborno não é Caixa 2 – a bancada da Odebrecht


Por Fernando Molica em 12 de dezembro de 2016 | Comentários (0)

Implico com eufemismos: favela não é comunidade, prostituta não é garota de programa, recessão não é crescimento negativo. E casos de suborno, como os muitos detalhados pelo Claudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht, não deveriam ser chamados de Caixa 2, uma classificação que parece tentar amenizar um crime grave.

Claro que é preciso investigar as acusações, ninguém é totalmente confiável nesse universo. Mas é preciso tipificar de maneira correta o que ele afirmou.

Na delação, ele deixou claro que as contribuições – ocorridas não necessariamente em períodos de campanha – tinham o objetivo de garantir a aprovação de projetos de interesse da empreiteira. Ou seja, ele disse que comprava os votos de parlamentares em projetos levados ao Congresso Nacional – falou até em “conta a ser paga”.

Olha só o que ele declarou:

“O propósito da empresa, assim, era manter uma relação frequente de concessões financeiras e pedidos de apoio com esses políticos, em típica situação de privatização indevida de agentes políticos em favor de interesses empresariais nem sempre republicanos.”

Segundo o denunciante, a Odebrecht subornava parlamentares de maneira sistemática, mecanismo que garantiu ao conglomerado a aprovação de várias pautas de seu interesse. O grupo, mais do que financiar a eleição de deputados e senadores, criou sua própria bancada no Congresso.

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