“…um romance dos bons”
Por Fernando Molica em 22 de junho de 2012 | Comentários (0)
‘Guia Folha’, Folha de S.Paulo, 26/5:
O inventário de Julio Reis
Em 1994, muita gente descobriu que existia um talentoso compositor brasileiro chamado Alberto Nepomuceno graças a um ótimo romance-resgate: “Ana em Veneza”, de João Silvério Trevisan. Este ano, um número muito maior de leitores – incluindo este resenhista – está descobrindo a existência de outro compositor importante, Julio Reis, graças novamente a um romance dos bons.
Bisneto do compositor, Fernando Molica viajou primeiro à Belle Époque carioca para reconstruir literariamente a batalha de Julio Reis contra o descaso e o esquecimento. Em seguida, voltou ao coração do século 20 a fim de reconstruir outra batalha perdida: a do filho do compositor tentando salvar do descaso e do esquecimento a obra do pai.
Dois crimes condenaram Julio Reis à morte em vida. O primeiro, ser pobre e, consequentemente, autoditada. O segundo, detestar a música modernista. Seu interesse estava todo nos mestres e nos valores musicais do passado. O romance alterna os dois momentos, o empenho do pai e o do filho, revelando tudo, até mesmo o lado cômico dessa tragédia doméstica.
Avaliação: ótimo
Luiz Bras